*Por Caroline Ciaramicoli

Por que escrevemos? Pode ser para lembrar de algo, comunicar, decidir. São situações que integram a rotina de quase todos nós, e que com as crianças não são diferentes. No entanto na Educação Infantil, muitos professores, na intenção de familiarizar os alunos com a estrutura e função da linguagem escrita, acabam antecipando conhecimentos sem explorar muitas vezes a intenção das atividades.

As crianças aprendem a escrever por imersão em um ambiente alfabetizador que as incentive e desafie. É necessário ensinar situações que fazem sentido, tornando a aprendizagem mais consistente.

Em uma atividade que desenvolvi com meus alunos de quatro anos, fizemos uma lista das brincadeiras preferidas na quadra. Sendo eu a escriba, logo selecionei duas e anotei seus nomes em tarjas separadas para que as crianças as identificassem, acionando conhecimentos já adquiridos. Assim, de forma lúdica, elas puderam refletir, antes de brincar, sobre a escrita das palavras expostas nas tarjas, suas semelhanças e diferenças, a ordem que usamos para escrever (da esquerda para a direita), a estrutura de uma lista e as letras que aparecem em seus nomes.

Em casa, também é possível estabelecer essas conexões em situações cotidianas significativas, mas que respeitam a essência brincante da criança. Quer saber como?

Dicas para incorporar a escrita no cotidiano das crianças

Uma ação corriqueira em família é a ida ao mercado. Por que não estimular a criança a fazer uma lista como mecanismo para ajudá-la a lembrar das coisas que precisa comprar?

O contato delas com a escrita também pode vir dos livros. Anote as ideias que elas fazem sobre a leitura antes de iniciá-la. Isso serve como um registro.

Você também pode pedir para elas irem até a cozinha fazer um cardápio ou anotar uma receita; elaborar um convite ou ainda registrar seus nomes nos pertences pessoais.

Esses exemplos do uso social da escrita permitem que a criança aprenda a sua função a partir de variados gêneros textuais. Ela vivencia as diferentes maneiras de comunicação: o registro de nomes e materiais em sala para organização; listas e agendas como lembretes e até a leitura por lazer.

Devemos sempre lembrar que a escrita deve estar presente na Educação Infantil de maneira indissociável dos seus pilares, que são as interações e brincadeiras, porém, de forma relevante e com sentido para a faixa-etária.

*Caroline Ciaramicoli é professora da Garatuja Educação Infantil.

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